domingo, 4 de outubro de 2009

O tempo está a voar...voa sempre que estamos num sítio novo...mesmo assim não consigo de deixar de ter saudades da minha cidade e da minha gente
Porque é que comparamos sempre sítios, pessoas, relações...? A natureza insatisfeita do homem ( e muito mais da mulher!!)
Ultimamente ando com o sentido de urgência, que tudo tem de ser visto, feito e pensado agora...pensando bem, sempre tentei viver tudo no momento...mas hoje dei por mim a fazer planos! Eu nao sou de fazer planos, nem lista de supermercado quanto mais planos.
Chamei-lhe "lista de coisas a fazer antes que perca a força" (ainda tenho até aos 70 anos!)

- ganhar dinheiro (lógico! ja ando a tratar disso)
- fazer a tal viagem pela Ásia (já sei as datas, em princípio 3 semanas em Dezembro)
- tirar o curso de psicologia
- aprender russo (adoro a língua, é um desafio)
- escrever um livro

As outras "coisas" que fazem parte da nossa espinha dorsal (familia, amigos...) não dá para pôr numa lista, essas vão acontecendo

Escrevo aqui para mais tarde voltar e ver o que não fiz. Será que há tempo para tudo?
Penso nos livros que não li nos últimos dois anos por causa do mestrado..nos filmes que não vi...em "coisas" mais importantes que devo ter perdido. A quantas coisas nos podemos dedicar ao mesmo tempo? Se passarmos 8 horas na internet deixámos de fazer uma infinidade de coisas.
Começo a ficar com fastio à Internet mas não posso viver sem ela, hoje em dia faz-se tudo o que anteriormente se fazia pessoalmente e em conjunto (jogam-se cartas, batam-se coros, conhece-se gente, partilham-se experiências, arranjam-se saídas...)
Deve ser bom poder escapar a este poder. Eu vou fazer a minha parte hoje, vou para um café beber umas bejecas e sentir as vibrações de moscovo.

sábado, 3 de outubro de 2009

Москва

Moscovo.....que cidade mais fascinante e estranha...se ignorassemos as avenidas de 8 faixas e os prédios monumentais podíamos dizer que estávamos num país de terceiro mundo...a ver, nao obedecem aos semáforos, estacionam no meio da rua, linhas continuas é para esquecer. Se alguém é apanhado pela polícia num infracção, basta sacar da carteira e ir tirando notas até o sr polícia acenar.......não se vêm outras raças a não ser a branca (1 ou 2 mais morenitos, alguns chineses, indianos nada), também não se vêm homosexuais na rua (eles lá devem andar por aí mas encondidos, numa cidade de 16 milhões nem todos gostam do mesmo!). Também não se vêm carrinhos de bebés, nem mesmo os bébés (faz-me questionar como chegaram aos 16 milhões)....
De resto é uma cidade imponente, com monumentos lindíssimos e com movimento 24 horas por dia. As lojas nao fecham, os restaurantes também não. Nota-se que estão na fase pós revolução, os restaurantes e bares são praticamente novos, decorados à maneira ocidental e com cozinha internacional. Nas discos passa musiquinha da boa, Techno e Celine Dion, e os russos dançam como se estivessem a ter um ataque epiléptico (nisso fazem-me lembrar os suiços!).
Há um bar chamado Flat44 que recria o ambiente do tempo soviético...tenho de lá ir
Para finalizar, um aspecto curioso.......a variedade automóvel vai desde os porches e jaguars até os carros a cair de podre que lebram os carros cubanos....esses carros correm a cidade 24h e basta fazer sinal para eles pararem e levarem-nos a algum sítio (um pouco tipo Nova Iorque!)...e depois basta negociar o preço

Uma cidade muito particular, nao haja dúvida!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Florbela de Alma da Conceição


Florbela de Alma da Conceiçao, mais conhecida por Florbela Espanca (agora entende-se porquê), filha de pai incógnito, não foi a melhor poetisa portuguesa mas definitivamente a mais tola.
Orfã desde cedo, foi criada por 2 madastras e tinha um amor platónico por seu irmão. Com dois divórcios, três casamentos (no espaço de 15 anos) e sem filhos, quebrou tudo o que era tabu nesses tempos e, além disso, falava abertamente de sexo nos seus poemas (por isso é que disse que era uma tola). Como é lógico, suicida-se aos 36
Uma das minhas escritoras de “cabeceira”, peguem lá um cheirinho do positivismo e alegria de viver desta senhora (já imaginaram se ela e José Régio tivessem filhos??)







Ah! arrancar às carnes laceradas

Seu mísero segredo de consciência!

Ah! poder ser apenas florescência

De astros em puras noites deslumbradas!


Ser nostálgico choupo ao entardecer,

De ramos graves, plácidos, absortos

Na mágica tarefa de viver! ...


Quem nos deu asas para andar de rastos?

Quem nos deu olhos para ver os astros-

Sem nos dar braços para os alcançar?!...

Isto de viver em Espanha é uma chatice




sábado, 12 de setembro de 2009

Night Out with the girls!

Gajas inglesas, corrigindo! é impossível dizer nao embora seja o primeiro instinto, mas há sempre o receio que nos deixem de fora nas próximas saídas e ultimamente nao me posso dar ao luxo que isso aconteça!
Ora começamos 4 a dar-lhe nos gins tónicos e no final chegam os big bosses que pagam tudo (uma política a implementar em Portugal, dava jeito). Destas 4 chicas eu sou a mais nova e solteira, 2 divorciadas e um casada. Tenho muito que me defender (vou pensando).

Chegando ao restaurante, começam a discutir assuntos tais como homens que não sabem o que querem, e infedelidades e tal......eu vou pedindo mais vinho e sai-me uma pergunta, a meu ver inocente: "Mas vcs continuavam a ter sexo, certo?. Olharam para mim como seu eu tivesse dito a coisa mais absurda do mundo "Darling, after marriage it´s not about that, poeple are into others things and after a while we forget".

Estamos a falar de mulheres de 30/40 anos que, alem de pararem por aí, começaram as contar os milhentos casos de amigas casadas que ja nao têm sexo........depressivo, no minimo! Deixei-as e fui escolher outra garrafa de vinho, quando voltei, estavam na mesma......

Para contrabalançar, fomos a um bar de jazz cheio de putos que anseiam entrar no mundo da música. Para meu azar, acabei colada ao flautista de 23 anos que insistia que tinha de cozinhar para mim (na casa da mae dele, so se fosse!!). Enquanto me tentava libertar dos gosmas que estava em todo lado, uma das quarentonas sai com um puto de 27 que paracia o vocalista dos pearl jam e acabamos num espaço tipo "bato", boa musica...e boa gente.

Sentei-me sozinha pois as minhas "amigas" estavam a matar saudades dos velhos tempos e um dos ZZ Top´s que estava na pista resolveu tomar conta de mim e contar-me a historia da vida dele!
Conclusoes:
1 - leva sempre o teu carro
2 - nunca vás na letra dos putos
3 - lá por terem mais de 40 e parecerem pessoas vividas vais ter que levar com as histórias deles na mesma
4 - começa a prestar atençao á carteira ou acabas no fim da noite com 20 post-it com num de telefone
5 - deixa de ser a tótó que acorda mais cedo para levar essa gente toda ao trabalho!!

E viva la Espana!!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Vida de emigrante

Hoje estou de baixa...mas nao pela caixa, mas sim da Caja dos nuestros hermanos. Pensando bem, acho que nunca desfalquei o estado português de alguma forma, o que nao está certo pois desfalcam-me a mim de todas as formas.

Eu sou uma emigrante fraca, ou seja, volto sempre á cidade Natal! Nunca fico mais de 2 anos em cada sítio. Começou quando tinha 14 anos e em que só pensava sair de casa; aos 18 mudei de cidade para terras bracarences; aos 23 decidi que era tempo de rumar para outro país e atirei-me para Roterdão; aos 25 faço a minha primeira viagem trasatlântica e aterro em Vancouver: aos 26 descubro que a minha vocaçao para aquele ano é ser recepcionista de cruzeiros e corro o mediterrâneo de lés a lés; depois desta semi-volta ao mundo decido que é hora de voltar a Lisboa de comboio e começar a saga do Euro2004.
Foi sol de pouca dura, mal acaba volto a fazer as malas e Montreaux aí vou eu, seguindo-se Londres na qual fiquei ainda uns aninhos (digamos que deve ter sido a cidade em que realmente construí qualquer coisa).

Penso que viajar é um vício, assim que se pára sentimo-nos a perder o que se passa no resto do mundo. è um ânsia de aproveitar a vida ao máximo e assimilar culturas e cheiros e ruídos.

Mesmo nao tendo voltado aos sítios onde vivi, quando sonho ainda faço os caminhos que percorri tantas vezes.

Mas o sangue de emigrante nao me corre nas veias e, com 30 anos de idade, decido que é altura de fazer o ninho na cidade que me viu nascer. Mas como devem imaginar, estou a escrever de Espanha com viagem marcada para Moscovo daqui a 15 dias, o ninho deve ter voado para um sitio qualquer!

Mas os emigrantes falsos voltam sempre, e eu estou a planear a minha volta em grande...desta vez nao há ninho mas dim uma estrututa de cimento com elevedores e tal...quero ver se voa assim!

http://www.youtube.com/watch?v=OK0S4mYj1X0&feature=email

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Intimidade

Estou sempre na busca de intimidade, é como sou, nada faz sentido se não a conseguir...e no entanto, assusta-me...ser intímo é ser transparente, partilhar o que somos, baixarmos as defesas. Mas se não alcançarmos esse nível, de que maneira comunicaremos só com o olhar?

Admiro os casais que estão juntos há tantos anos que ficaram com expressões faciais iguais! Parece que se vão unindo até serem mesmo um (o Sr Padre lá tinha razao)
As relações para a vida....esse mito urbano! Cheguei à conclusão que tenho de me adaptar ao corre corre de hoje em dia, o trocar de relação como quem troca de sapatos...mas onde fica a minha intimidade? Como é que a consigo em poucos meses de contacto?

Não seria perfeito haver o tal "destino" que nos pusesse no colo pessoas que pensam igual a nós? A vida seria bem mais fácil... (hoje estou num dia nostálgico, como qualquer gaja que se preze posso dar-me ao luxo de alguns por mês!)

Mas sobre a intimidade há tanto para dizer, fica para uma outra vez